segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria



Sofremos com a dor de uma tragédia. Não digo isso somente por ter nascido e crescido em Santa Maria, mas pelas proporções em que nos toca esta situação. 

Trata-se de um atentado terrorista, no qual aquele que aperta o gatilho ou o detonador não aparece, se oculta em diversas irregularidades de nossas politicas públicas. 


Aos que ficam: 

Primeiro aos familiares, cuja dor inconsolável merece somente nosso respeito e pesar. 

Segundo, aos que sobreviveram, para que a dor e a agonia não lhes ceguem a vida. 

Agora, a nós, que assistimos, não somente à dor, mas à ineficiência de um sistema corrupto e sem moral.

É a terceira tragédia mais fatal, que surge por não aprendermos com os erros do passado. 

Nos EUA, em 1942 (70 anos atrás) uma tragédia como esta anunciava a necessidade de rever as politicas públicas. 

O NFPA, uma associação que anuncia há anos: "Os incêndios em locais públicos terminam sendo mais fatais quando as medidas, os sistemas e a construção adequadas estão ausentes". Nossa forma de enfrentar riscos é aceitando-os deliberadamente, crendo que ao fechar os olhos o perigo também some e, sádica ou inescrupulosamente, escondendo tudo isso do consumidor final. 

Um ato terrorista, mesmo que não intencionado, está sempre sendo tencionado a acontecer. Talvez leis sejam criadas, mas o que tememos, ainda, é a corrupção do sistemas que não lê e não obedece regras, quando não as cria de forma propositada. 


Que o Luto de Santa Maria, como tenho ouvido falar, seja um luto reflexivo. 

Em tempo, ouvindo os jornais internacionais, noticiava um repórter da BBC, "este é o país da próxima copa"...