quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Risco em cima do risco econômico

Realmente, todas as luzes de emergência já estão acesas, porém, o que isto significa, somente o passar do tempo poderá dizer. O que se pode sentir, nos primeiros momentos, é que a inflação já está em acentuado aumento, o comércio está com considerável nível de inadimplemento acrescido de baixo números em suas vendas, o desemprego nunca deixou de preocupar, a desqualificação profissional será uma questão de dor de cabeça e sofrimento para os brasileiros com as demandas estrangeiras de mão-de-obra, os bancos e agentes fianciadores serão propritários de um número cada vez maior de propriedades frente ao elevado número de crédito liberado (possivelmente não será adimplido pela maioria). Enfim, concentrar riquezas e propriedades com poucos.

Assim, noticias como as  que seguem devem ser cada vez mais corriqueiras, e traça-se um risco sobre o risco econômico, pois não basta somente alertar. As empresas brasileiras (e os empregados brasileiros) devem atentar para fortes políticas econômicas, não necessariamente vindas diretamente do governo, mas de uma busca alucinada para resolver o problema do capital. Neste sentido, é possível vislumbrar que o mercado interno sofre com a absorção de empresas que antes sequer atuavam no país. Enfim, havendo recesso de crédito fora do Brasil e promessas internas de crescimento desmedido, certamente se deslindará um novo cenário econômico para os empresários brasileiros aprenderem a lidar. Se a China já é responsável por considerável impacto de produtos importados, o que poderá acontecer com o Brasil abrindo um quintal para indústrias e empreendedores estrangeiros?

Notícias que compartilho para dar contexto:

Jornal do Comércio:

O economista-chefe do Banco Mundial, Justin Lin, afirma que a possibilidade de uma recessão econômica na zona do euro é muito alta. Embora a crise da dívida na região pareça estar contida, "há um risco real de um momento de crise como em setembro de 2008", declarou Lin, sem oferecer mais detalhes. O economista fez as declarações durante entrevista coletiva em Pequim, após divulgar o mais recente relatório Prospectos Econômicos Globais do Banco Mundial, que prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China desacelerará para 8,4% em 2012, de 9,2% em 2011.

Segundo Lin, a China tem muito espaço para política fiscal de estímulo, tendo em vista que sua dívida soberana total é muito baixa, segundo os padrões internacionais. A dívida total do governo da China está em torno de 45% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo levando-se em consideração os empréstimos tomados pelas companhias apoiados pelos governos locais, disse Lin. Em comparação, a dívida pública do Japão é duas vezes superior ao PIB do país, enquanto a relação dívida-PIB da Alemanha é de 83%.

O economista do banco na China Ardo Hansson acrescentou que é muito cedo para ajustar os controles do setor imobiliário na China. A correção imobiliária vista até agora é resultado desejado dos controles implementados desde abril de 2010, destacou Hansson. Os preços médios das propriedades em 70 cidades chineses cobertas pela pesquisa do governo recuaram em dezembro pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com dados oficiais.
Carta Maior:
A agência das Nações Unidas voltada para estudos sobre comércio e desenvolvimento, a Unctad, divulgou nesta terça-feira (17) relatório sobre a economia global em 2012 com um cenário mais pessimista e previsões de crescimento menores.
As Nações Unidas apelam aos governos dos países desenvolvidos que não embarquem prematuramente em políticas de austeridade fiscal, dados o estado ainda frágil da recuperação [econômica] e a persistência de altos níveis de desemprego”, diz a agência, no comunicado em que divulgou o relatório.

A declaração não cita países individualmente, mas é um referência ao núcleo “europeu” da crise. Mergulhados em problemas para pagar dívidas estatais ao “mercado”, Grécia, Itália, Portugal, Espanha e Irlanda têm negociado soluções que implicam corte de gastos públicos e de salários e redução de conquistas trabalhistas, como forma de os governos economizarem dinheiro e pagar o “mercado”.

A poupança pretendida pelos devedores teria como consequência estagnação ou baixo crescimento – sem injeção de recursos via investimentos públicos e consumo dos trabalhadores, a economia real não giraria.

“A ONU recomenda ainda uma mais vigorosa coordenação internacional de medidas adicionais de estímulo em todos os países e a redefinição das políticas para estimular a criação de empregos diretos e mais investimento em infra-estrutura, eficiência energética e de fornecimento de energia sustentável e segurança alimentar, abrindo o caminho para se descontrair endividamento”, diz o documento.

Segundo a Unctad, a crise global hoje caracteriza-se por uma combinação de quatro fatores presentes simultaneamente: queda da demanda, fragilidade do sistema financeiro, problemas no pagamento de dívidas estatais e paralisia política.
Ministério Trabalho e Emprego:

Segundo dados a Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, no período de 2005 a 2009 foram concedidas 165.933 autorizações de trabalho a estrangeiros. Deste total, 11.978 autorizações são permanentes e 154.015 temporárias.
Este número vem crescendo a cada ano, com exceção do ano de 2009 que, com 42.914 autorizações, apresentou uma tímida redução em relação às autorizações concedidas em 2008, mas ainda assim 45,5% superior ao ano de 2007 e inferior, apenas, 2,5% ao ano de 2008.
Quanto aos países que mais enviaram trabalhadores estrangeiros ao Brasil, os Estados Unidos lideram com 14,2% do total de autorizações, seguidos pelas Filipinas com 8,9%, Reino Unido, Índia e França, com 8,4%, 4,4% e 4,3%, respectivamente.